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quinta-feira, 30 de setembro de 2010

A FISIOTERAPIA ONCONFUNCIONAL NA REABILITAÇÃO DO CÂNCER NO BRASIL

Por: Aline Ferreira de Araújo Jerônimo

A estimativa para este ano de 2010 no Brasil é de 489.270 novos casos de câncer, válidos também para o ano de 2011. Esse é um problema que crescerá ainda mais nas próximas décadas, ressaltando que 60% de todos os novos casos ocorrerão nos países menos desenvolvidos.
O percentual de óbitos por câncer é muito alto e está diretamente relacionado a fatores de risco cancerígenos. Os atuais padrões de vida adotados em relação ao trabalho, alimentação, e consumo em geral expõem os indivíduos a fatores ambientais mais agressivos, relacionados a agentes químicos, físicos e biológicos resultantes de um processo de industrialização cada vez mais evoluído.
Os efeitos colaterais do tratamento do câncer dependem em grande parte do tipo e da extensão do tratamento. Além dos efeitos biológicos, como a perda cinético-funcional, o paciente oncológico sofre com os efeitos psicológicos e sociais. A fisioterapia oncofuncional irá atuar exatamente com o objetivo de preservar, manter, desenvolver e restaurar a integridade cinético-funcional de órgãos e sistemas do paciente, assim como prevenir os distúrbios causados pelo tratamento oncológico.
Se opondo a conceitos antigos de que a maior preocupação era a sobrevivência do paciente oncológico, o foco atualmente é a qualidade de vida que o mesmo terá durante e após o tratamento. A Fisioterapia é um dos procedimentos que estão sendo adotados para garantir essa qualidade de vida, e pode ser utilizada em todos os tipos de câncer desde que o estado do paciente possibilite a intervenção fisioterapêutica, visto que em casos de metástase avançada a fisioterapia é contra-indicada.
Dentre os procedimentos fisioterapêuticos que podem ser empregados destacamos: a drenagem linfática manual, exercícios ativos, passivos, alongamentos e resistidos conforme cada alteração muscular que se apresenta, exercícios respiratórios para melhor funcionamento diafragmático, pulmonar e retirada de secreções, reeducação postural (método de cadeias musculares), orientações a familiares e cuidadores, readaptação domiciliar com o intuito de facilitar o deslocamento e readaptação ocupacional, caso haja necessidade.
A Fisioterapia oncofuncional é uma área que a cada dia necessita mais ser evidenciada e pesquisada, visto que, o aumento do número de casos de câncer traz consigo todas as complicações de uma disfunção física, psicológica e social.

REFERÊNCIAS:
INCA. INSTITUTO NACIONAL DE CANCER. Estimativas de Câncer no Brasil. Disponível em .
BERGMANN, A. Perspectivas da Fisioterapia Onco-Funcional no Brasil Assistência, Ensino e Pesquisa. Instituto Nacional de Câncer: Coordenação de Educação, 2008.
INCA. INSTITUTO NACIONAL DE CANCER. Fisiopatologia do Câncer, 2006.
CAMARGO, M. C.; MARX, A. G. Reabilitação física no câncer de mama. 1ª ed. São Paulo: Roca, 2000.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Ser Aprendiz

       Escolher protocolos de avaliação ou tratamento, realizar reabilitações, nada disso é tão importante quando não se tem a reciprocidade da aprendizagem, quando não consegue-se enchergar e dá valor as pequenas coisas da vida, quando não consegue extrair de um sorriso o verdadeiro sentimento de um paciente que voltou a realizar uma tarefa na qual ele nunca imaginava poder faze-la novamente.
        Ser fisioterapeuta é ser aprendiz, é olhar com os olhos do mundo a verdadeira essência da vida, é ser feliz na felicidade do paciente, é sentir-se bem ao abrir uma nova porta, mostrar um novo caminho a ser trilhado, dá oportunidade a quem nao imagina ser capaz de nada.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Prazo Adiado!!

        O II ConCiFi informa que devido a grande procura o prazo de submissão de trabalhos foi adiado para o dia 15 de Setembro (Quarta feira).
        Também é importante chamar atenção ao valor de inscrição que permanece R$140,00 até o dia 25 de setembro com 50% de desconto para estudante de graduação e 25% de desconto para estudante de pós graduação.
        O AtuaFisio lembra a todos da importância deste Congresso Cientifico para nossa região e refazemos o convite. Participem, não percam a oportuidade de divulgar a Fisioterapia e influenciar no seu crescimento cientifico.

Mais informações no site: http://www.concifiufpb.com.br/2010/

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

RPG- Reeducação Postural Global

Você sente dor ao adotar certas posições? Quando está sentado, ou até mesmo em pé e não encontra uma posição de conforto? Você sente dores no pescoço durante e após o trabalho, ou quando chega da aula? Cansaço generalizado ao final do dia? Se você respondeu sim a maioria dessas perguntas, você está com sintomas de SÍNDROME POSTURAL e esta pode levar ainda a problemas dentários, dores de cabeça, edema e formigamento nas mão e nos pés, alterações respiratórias, acúmulo de gordura localizada, dentre outros.
No entanto, existe um método de tratamento original e revolucionário que tem como principal objetivo a correção de problemas posturais e quadros de dor, o RPG. Esse método de Reeducação Postural Global foi criado pelo fisioterapeuta francês Phillipe Souchard, em 1980.
A técnica considera sistemas musculares e esqueléticos como um todo e procura tratar de forma individualizada, músculos que são de estruturas diferentes (músculos dinâmicos e estáticos). A musculatura posterior ou estática está sempre contraída para a manutenção da postura e pronta para entrar em ação. É como um carro em ponto morto: ele não está em movimento, mas está ligado e pode começar a andar em qualquer momento. Já os músculos dinâmicos que são responsáveis pelo movimento ativo entram em estado de relaxamento quando não estão sendo usados. Os músculos estáticos em estado patológico se retraem ou encurtam, manifestando-se pelo aparecimento dos desvios posturais.
Os desvios posturais podem ter inúmeras causas como: maus hábitos posturais ou profissionais, alterações congênitas ou adquiridas, fatores emocionais. Mas seja qual for a causa, o desvio será fixado pela retração das estruturas relacionadas aos músculos estáticos, que são agrupados em um conjunto comumente chamado de cadeias musculares as quais devem ser trabalhadas em coordenação, alongados em globalidade. Podemos pensar em nosso corpo como um quebra cabeças, em que, se uma peça está fora do lugar, todo o conjunto se desequilibra. Assim quando alguma parte do corpo dói ou está muito tensa, todo o conjunto reage para compensar e algumas peças acabam se contraindo, curvando, entortando. As principais cadeias musculares são a cadeia mestra anterior e a mestra posterior. Existem, entretanto, outras cadeias, como a ântero-interna do braço, superior do ombro, lateral do quadril, etc. Todas estas cadeias podem ser exercitadas durante as posturas de RPG.


Cadeia mestra posterior Cadeia mestra anterior
Como o nome já indica, a principal característica do RPG é cuidar do paciente de forma integral, diferentemente da fisioterapia tradicional, que tem a atenção voltada apenas à queixa imediata do paciente, como uma dor aguda, por exemplo.

ALGUNS BENEFÍCIOS DO RPG
1) O RPG é famoso por tratar os casos de hérnia de disco, quando as estruturas com função amortecedora entre as vértebras saem do lugar;
2) Lordose, escoliose e cifose também podem ser resolvidas ao longo de algumas sessões de RPG;
3) A reeducação corrige desvios nos joelhos e nas articulações, em geral;
4) Não cura, mas ajuda muito quem tem artrite, fibromialgia, dores de cabeça e lesões causadas pelo esporte;
5) O método não trata apenas só onde dói, mas sim o corpo todo, da cabeça aos pés;
6) O tratamento alonga e fortalece os músculos que estão fora de forma;
7) Melhora sua imagem corporal.


PORQUE FAZER RPG?

A grande maioria dos problemas articulares é devida a alterações posturais. A correria e o stress do dia-a-dia favorecem o aparecimento de quadros de dor e aquelas pessoas que apresentam problemas posturais têm maior tendência a desenvolverem dores musculares, ligamentares, articulares e discais. O corpo pode adaptar-se, então, posições antálgicas (para "escapar" da dor), que podem levar a outras lesões adicionais. Em posição ereta é possível verificar o resultado das retracões dos músculos da estática através das alterações posturais. Os músculos estáticos são indispensáveis à manutenção da postura ereta e estão em constante atividades e, portanto têm grande tendência ao encurtamento e rigidez e devem ser alongados.
Abaixo segue um link de vídeos que detalham o RPG
http://www.youtube.com/watch?v=dstFbZMMweE

REFERENCIAS:
Sociedade Brasileira de RPG http://www.sbrpg.com.br/sbrpg_menu.asp
Pedro C. Castro pedroccastro@ig.com.br
http://www.soscoluna.com.br/11.html

sábado, 4 de setembro de 2010

Condromalácia Patelar


Você sente ou conhece alguém que sinta uma dor difusa, sutil e latejante no joelho? Localizada nas regiões medial, lateral, retropatelar ou peripatelar? Essa dor se agrava quando você realiza atividades como subir e descer escadas, se agachar, ficar sentado por um tempo prolongado e caminhar em lugares inclinados? Se sim, você pode ser portador de uma patologia conhecida como Condromalácia patelar ou síndrome da dor anterior do joelho. Mas não se assuste com o nome, pois de acordo com Mantovani et al. (2007), a síndrome da dor patelofemoral é definida como uma das afecções mais comuns encaminhadas à clínica médica e desportiva e 70% da dor que é apresentada no joelho pelos clientes é proveniente de um mau funcionamento da articulação fêmuro-patelar, segundo as estatísticas nesta área (ROSA FILHO, et al, 2009).
Você já imaginou que essa dor pode ter iniciado devido a um problema postural ou uma entorse no tornozelo por inversão, por exemplo? Pois é, além dessas, os traumas e microtraumas (danos causados por muitas repetições), variações anatômicas, aumento do ângulo Q, fraqueza muscular, entre outras, fazem parte das principais causas de condromalácia (ROSA FILHO, et al, 2009).
Para entendermos como acontece a patologia vamos falar um pouco da mecânica do joelho. Na verdade, o joelho não é composto por uma única articulação, e sim por três, a tibiofemoral, patelofemoral e tibiofibular superior. Assim, podemos dizer que essas estruturas formam um complexo de articulações, ou seja, o complexo do joelho. A patela é um osso sesamóide que faz a intercessão entre o quadríceps femoral e a tíbia, permitindo assim, a realização da extensão do joelho. Ela serve para aumentar a distância entre a articulação e o ponto onde a força muscular é aplicada (inserção do quadríceps), ou seja, aumenta o braço de força do sistema de alavanca, o que diminui o esforço muscular para a realização do movimento. Por isso ela é considerada um “Pulley Anatômico”. Durante o movimento de extensão do joelho, a patela vai ser tracionada superiormente pelo tendão do quadríceps, e em contra partida, inferiormente pelo tendão patelar. A resultante destas duas forças provoca um deslocamento diferente da patela, trazendo-a de encontro com a fossa intercondiliana do fêmur, aumentando o contato fêmuro-patelar. Isto é fisiológico, natural, principalmente entre 50º e 65º, quando ocorre a nutrição da cartilagem retropatelar, pelo líquido sinovial (efeito esponja) (ROSA FILHO, et al, 2009).
A Síndrome da dor patelofemural se resume a um aumento desse contato entre as superfícies ósseas da petela e do fêmur, onde um osso fica raspando no outro. Dessa forma, essa raspagem causa muita dor e pode acarretar em degeneração da cartilagem. Dependendo da causa, sua fisiopatologia pode ser explicada de diferentes formas. Se por algum motivo você tiver um problema postural e nele apresentar uma retificação da lordose lombar, provavelmente sua pelve se encontrará em retroversão. Assim, o músculo reto femoral, que está inserido na EIAS, será tracionado para cima e puxará com ele a patela, aumentando o contato dela com o fêmur acima do normal. Essa retroversão pélvica também é frquentemente encontrada devido a um encurtamento dos músculos isquiáticos. Isso pode acontecer com os dois ossos ilíacos ou só com um. Nesse caso será encontrada uma torção pélvica posterior ou anterior, no caso de encurtamento exagerado do reto femoral.
De acordo com ROSA FILHO (2009), no mecanismo de entorse por inversão, o tálus se desloca anteriormente, tencionando o ligamento talo-fibular anterior, que por sua vez, vai tencionar a fíbula antero-inferiormente e como conseqüência, a fíbula vai descer, e tracionar o bíceps femoral, que se insere distalmente na cabeça da mesma. Com isso, o bíceps que é um músculo isquiático, bloqueará a pelve em torção posterior, acontecendo da mesma forma como foi explicado anteriormente.
Qualquer problema no joelho acarretará numa hipotrofia dos músculos fásicos. Com essa fraqueza, a patela perderá sua estabilidade dinâmica e ficará instável, ou seja, susceptível a luxações.
Para avaliação e tratamento, sugerimos que se analisem os desníveis das EIAS e da sínfise púbica e verifique se está acontecendo por encurtamento dos isquiáticos ou do reto femoral. Se for pelo primeiro, devem-se fazer alongamentos para a cadeia posterior, e se for pelo segundo, alongamentos para a cadeia anterior. Isso sem esquecer dos recursos eletrofototermicoterápicos para alívio da dor e fortalecimento de quadríceps para melhorar a estabilidade da patela.

Referências
ROSA FILHO, Blair José, Disfunções fêmuro-patelares por retrações musculares. Fisioweb. Disponível em: ttp://www.wgate.com.br/conteudo/medicinaesaude/fisioterapia/traumato/femoro_patelar.htm> Acesso em: 15 jun. 2009

MANTOVANI, Juliane. Análise da prevalência de dor patelofemoral em acadêmicos do curso de educação física. 2007. 7f. Artigo: Rev. Bras.
Fisioter., v. 7, n. 1, 2003, p. 1-8.

THOMPSON, David. Avaliação de pacientes com dor patelo-femoral. Terapia manual. Disponível em: . Acesso em: 15 jun. 2009