Por: Aline Ferreira de Araújo Jerônimo
A estimativa para este ano de 2010 no Brasil é de 489.270 novos casos de câncer, válidos também para o ano de 2011. Esse é um problema que crescerá ainda mais nas próximas décadas, ressaltando que 60% de todos os novos casos ocorrerão nos países menos desenvolvidos.
O percentual de óbitos por câncer é muito alto e está diretamente relacionado a fatores de risco cancerígenos. Os atuais padrões de vida adotados em relação ao trabalho, alimentação, e consumo em geral expõem os indivíduos a fatores ambientais mais agressivos, relacionados a agentes químicos, físicos e biológicos resultantes de um processo de industrialização cada vez mais evoluído.
Os efeitos colaterais do tratamento do câncer dependem em grande parte do tipo e da extensão do tratamento. Além dos efeitos biológicos, como a perda cinético-funcional, o paciente oncológico sofre com os efeitos psicológicos e sociais. A fisioterapia oncofuncional irá atuar exatamente com o objetivo de preservar, manter, desenvolver e restaurar a integridade cinético-funcional de órgãos e sistemas do paciente, assim como prevenir os distúrbios causados pelo tratamento oncológico.
Se opondo a conceitos antigos de que a maior preocupação era a sobrevivência do paciente oncológico, o foco atualmente é a qualidade de vida que o mesmo terá durante e após o tratamento. A Fisioterapia é um dos procedimentos que estão sendo adotados para garantir essa qualidade de vida, e pode ser utilizada em todos os tipos de câncer desde que o estado do paciente possibilite a intervenção fisioterapêutica, visto que em casos de metástase avançada a fisioterapia é contra-indicada.
Dentre os procedimentos fisioterapêuticos que podem ser empregados destacamos: a drenagem linfática manual, exercícios ativos, passivos, alongamentos e resistidos conforme cada alteração muscular que se apresenta, exercícios respiratórios para melhor funcionamento diafragmático, pulmonar e retirada de secreções, reeducação postural (método de cadeias musculares), orientações a familiares e cuidadores, readaptação domiciliar com o intuito de facilitar o deslocamento e readaptação ocupacional, caso haja necessidade.
A Fisioterapia oncofuncional é uma área que a cada dia necessita mais ser evidenciada e pesquisada, visto que, o aumento do número de casos de câncer traz consigo todas as complicações de uma disfunção física, psicológica e social.
REFERÊNCIAS:
INCA. INSTITUTO NACIONAL DE CANCER. Estimativas de Câncer no Brasil. Disponível em .
BERGMANN, A. Perspectivas da Fisioterapia Onco-Funcional no Brasil Assistência, Ensino e Pesquisa. Instituto Nacional de Câncer: Coordenação de Educação, 2008.
INCA. INSTITUTO NACIONAL DE CANCER. Fisiopatologia do Câncer, 2006.
CAMARGO, M. C.; MARX, A. G. Reabilitação física no câncer de mama. 1ª ed. São Paulo: Roca, 2000.